Disciplina - Geografia

Geografia

01/01/1970

Um pedacinho da Mata Atlântica no Paraná

Passeios levam a trilhas com vegetação exuberante e rica flora e fauna local
Rodeada por ilhas, manguezais e praias desertas, Guaraqueçaba – no litoral norte do estado – concentra a maior área remanescente de Mata Atlântica do país. Uma parte da fama do local deve-se à chamada Reserva Natural Salto Morato, da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. O local ocupa uma área de 2.340 hectares e tem como principal cartão-postal uma cachoeira de 130 metros de altura, que empresta seu nome à reserva ambiental.
Como se não bastasse ter uma variedade incrível de plantas e animais, o lugar está em uma região que revela uma história geológica de dois milhões de anos. Catalogadas, são 580 espécies de plantas, 329 espécies de pássaros, 29 tipos de répteis, 40 de anfíbios, 40 de peixes e 83 tipos de mamíferos entre felinos, roedores e primatas. Tanta biodiversidade rendeu à Reserva o reconhecimento da Unesco como Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade em 1999.
Para observar de perto as belezas naturais, o ideal é percorrer as trilhas abertas à visitação (desde que se use muito repelente e botas de proteção). São roteiros que podem ser feitos em um dia, mas muita gente prefere estender o passeio por um fim de semana, já que a reserva, aberta à visitação o ano todo, possui um camping – com caixas de areia para ajudar na drenagem da barraca (em caso de chuva), churrasqueiras e banheiros com chuveiros quentes. Há espaço para 15 barracas, não há necessidade de reserva prévia, mas no caso de escolher feriados prolongados concorridos é sempre bom checar se há espaço para sua turma.
Acesso difícil
Como todo paraíso tem seus poréns, o da reserva é o acesso. Não é muito fácil chegar lá. A estrada de Paranaguá que vai direto para Guaraqueçaba é de terra e faz com que a viagem simples de 63 km, vire um tormento de até quatro horas de muito balanço. O mais fácil é ir de carro até Paranaguá. Do centro da cidade litorânea, é possível pegar uma embarcação que sai, todos os dias em dois horários (6h30 e 14 h), da frente do mercado municipal (R$ 15) e faz o trajeto em pouco mais de duas horas. Quem quiser fazer a viagem em um tempo ainda menor, precisa preparar o bolso e alugar um transporte (R$ 500 a lancha). Depois é só seguir de carro por mais 19 km até a reserva natural. Um táxi de Guaraqueçaba a Sal­to Morato costuma sair em torno de R$ 100, já que a cidade é pequena e mais cara por sua localização.
Dicas
Cuidados importantes durante o passeio:
- Nas caminhadas na floresta é preciso ficar atento onde se põe a mão. Apoiar nas árvores, por exemplo, pode ser bem perigoso. Na região, já foram encontradas Lonomias, uma espécie de taturana que causa hemorragia interna e pode matar.
- Não há qualquer comércio perto da Reserva. Só a lojas e vendas em Guaraqueçaba (63 km). É preciso levar na mochila tudo que se pretende consumir.
- Os alérgicos devem se preparar para usar muito repelente. Não há um horário para o ataque dos insetos. É preciso se prevenir de manhã até a noite.
- Mesmo com o calor, é sempre bom andar com camisetas de manga comprida na mata.

- Há muitas cobras na região. A mais vista é a jararaca. Use sempre botas ou tênis fechados.
Como chegar
De Curitiba pegar a BR-277 em direção ao litoral. Outra alternativa é pegar a BR-116 e seguir pela Estrada da Graciosa (km 60). De ônibus, a Viação Graciosa tem ônibus diário de Curitiba a Guaraqueçaba, a passagem custa R$ 34,30. De barco, é preciso pegar a embarcação em frente ao Mercado Municipal em Paranaguá (R$ 15).

Esta notícia foi publicada em 04/11/2010 do sítio Gazeta do Povo. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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