Disciplina - Geografia

Geografia

05/06/2012

Crescimento econômico do Bric já se reflete no mundo do futebol

Por Fabrício de Castro

SÃO PAULO - O crescimento econômico do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) nos últimos dez anos também está transformando os negócios no mundo do futebol. Estudo divulgado nesta quarta-feira pela Pluri Consultoria, empresa que atua na área esportiva, mostra que em 2001 todas as principais ligas do mundo eram de países europeus, considerando o valor de mercado total dos jogadores envolvidos. Em 2011, Brasil e Rússia já apareciam entre os dez primeiros do ranking - na sexta e na sétima posição, respectivamente. "E isso vai mudar ainda mais nos próximos dez anos", projetou a Pluri.

No estudo, o economista Fernando Ferreira, especialista em Gestão e Marketing Esportivo, destaca que em 2001 Estados Unidos, Japão e 39 países da Europa (sem a Rússia) eram responsáveis por 74,0% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, a preços correntes, enquanto que os Brics tinham 8,3%. Dez anos depois, em 2011, a fatia de Estados Unidos, Japão e dos países europeus havia caído para 58,8%, com os quatro Brics registrando avanço para 18,9%.

Esta mudança na geografia econômica impacta diretamente o futebol, na medida em que as ligas de países como Brasil, Rússia e China também se valorizam. De acordo com a Pluri, em 2011 os jogadores dos 20 principais times do Brasil possuíam valor de mercado total de 960 milhões de euros, o que coloca o país na sexta colocação do ranking das principais ligas. O Brasil perde para Inglaterra (3,386 bilhões de euros), Espanha (2,703 bilhões de euros), Itália (2,300 bilhões de euros), Alemanha (1,761 bilhão de euros) e França (1,425 bilhão de euros).

A Rússia está na sétima colocação do ranking, com valor de mercado de 925 milhões de euros, considerando os jogadores dos 16 principais clubes do país. A China aparece na 73.ª posição, com os 85 milhões de euros de seus 16 times. A Índia, onde o críquete é o principal esporte, não é classificada.

Porém, o cenário nos próximos dez anos deve continuar a mudar, com aumento da importância dos Brics nos negócios do futebol. "A China apresentará o maior crescimento, passando da atual 73.ª posição para a 17.ª em 2021", afirmou o estudo. "O interesse do público chinês pelo futebol é crescente. Na edição de 2011, a CSL (liga chinesa) teve público total de 4,2 milhões de pessoas, com uma média de 18 mil torcedores por jogo (...). Para efeito de comparação, este público é 20% superior ao do Campeonato Brasileiro de 2011".

Já a Rússia, de acordo com as projeções, se consolidará na sétima posição do ranking em 2021, enquanto que o Brasil "superará a França, tornando-se o quinto maior mercado do mundo e o primeiro ''forasteiro'' a avançar no terreno dos ''big 5'' europeus". De acordo com a Pluri, "o ambiente econômico (...) tem fortes repercussões no quadro esportivo internacional e contribuirá decisivamente para uma espécie de descentralização do poderio esportivo, que já está em curso, mas que se tornará ainda mais visível nos próximos anos".

Esta notícia foi publicada em 14/03/2012 no site www.estadao.com.br. Todas as informações contidas são de responsabilidade do autor.
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