Disciplina - Geografia

Geografia

19/09/2013

A ocorrência de desastres naturais no Brasil aumentou 268% na década de 2000

Por Débora Spitzcovsky

Inundações no Brasil
As inundações estão entre os desastres naturais que mais tiveram aumento no número de incidência na última década.

A primeira década do século XXI foi a mais quente da história da Terra, desde o início das medições modernas, em 1850. Como já dizia o cientista Newton, toda ação provoca uma reação e o aumento sem precedentes da temperatura, entre 2001 e 2010, resultou na maior incidência de eventos climáticos extremos, em todo o mundo.

No Brasil, não foi diferente. A ocorrência de desastres naturais aumentou 268% na década de 2000, em comparação aos 10 anos anteriores. Os dados foram divulgados por Rafael Schadeck, chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad),durante a1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas (Conclima), no dia 10 de setembro.

O país apresentou crescimento em todos os tipos de desastres naturais característicos do continente americano, como mostra o gráfico abaixo, do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais. “O que mais preocupa é que, entre os desastres que mais tiveram aumento de incidência, estão as inundações e os movimentos de massa, como deslizamentos, que são os que mais geram vítimas fatais”, afirma Schadeck. Segundo ele, entre 1991 e 2010, cerca de 2.500 pessoas morreram no Brasil por conta do problema, principalmente na região sudeste.

Êta, secura!
Apesar de matar menos gente, secas e estiagens também estão castigando os brasileiros e, sobretudo, os nordestinos. Dos mais de 96 milhões de cidadãos impactados pelos desastres naturais nos últimos 20 anos no país, 50,34% foram vítimas da falta de água.

Marcos Freitas, da Agência Nacional de Águas (ANA), que também esteve presente no evento, considerou a atual situação grave. “A duração média do período de seca no semiárido é de 4,5 anos e estamos só no segundo ano. Além disso, o período de chuvas no Nordeste já ficou para trás em 2013. A partir de agora, a tendência são reservatórios cada vez mais vazios ”, alerta.

Por enquanto, cerca de 4.500 caminhões-pipa circulam pelo Nordeste para tentar dar conta da falta de água gerada pela seca. “Sabemos que não é a melhor solução, mas é a única em curto prazo capaz de salvar vidas”, diz Schadeck. Ele aproveitou para destacar o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, lançado em agosto de 2012 pelo governo brasileiro, que promete investir R$ 18,8 bilhões para a questão até 2014, sobretudo na área de prevenção.

Esta notícia foi publicada em 16/09/2013 no site viajeaqui.abril.com.br. Todas as informações contidas são de responsabilidade do autor.
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